Manipulação de Oncológicos: seu processo é seguro?

Quando falamos sobre segurança na manipulação de oncológicos, devemos tratar o assunto com muito cuidado e atenção. Os responsáveis por exercer a prática devem evitar o contato direto com os produtos. Os medicamentos quimioterápicos possuem soluções citostáticas, que são eficientes no combate ao câncer, quando ministrados em doses adequadas e controladas.

No entanto, esta prática traz alguns riscos para os que trabalham com o produto em questão. Tais riscos são consequências dos seguintes fatores:

  • Toxicidade de cada medicamento;
  • Magnitude da exposição
  • Efeitos acumulativos depois de variadas exposições;
  • Sensibilidade individual; e
  • Uma série de cuidados aplicados durante a proteção e segurança (nos equipamentos, nas normas, nos procedimentos, etc.).

Ao manipular e administrar os medicamentos, é possível que a pele entre em contato com o remédio, sendo que este pode ser absorvido ou inalado pelo usuário. Isto pode acarretar em alguns sintomas: náuseas, desmaios, dermatites, cefaleia e muitos outros.

Se as absorções forem contínuas, os riscos de contaminação são ainda mais sérios aos profissionais, podendo resultar em doenças graves. Sendo assim, o trabalho no setor de quimioterapia deve regulado através de normas e padrões muito específicos.

Segundo a Secretaria de Assistência da Saúde (Ministério da Saúde) no Brasil, de acordo com a Portaria número 113/00, existe uma regulamentação extremamente completa para a manipulação de oncológicos e de remédios quimioterápicos. Entre as recomendações, podemos citar as principais: utilização de cabinas de segurança biológica classe II Tipo B2, uso de acessórios, luvas, aventais, óculos, gorros e máscaras.

A Portaria determina ainda que um estabelecimento que manipula e administra medicamentos quimioterápicos deve contar com uma rotina de funcionamento, com atualizações a cada 4 anos, possuindo a descrição de cada atividade a seguir:

  • Procedimentos Médicos
  • Procedimentos ligados a Enfermagem
  • Condutas de caráter terapêutico
  • Avaliação e relatório da eficácia quimioterápica
  • Controle e atendimento de quaisquer intercorrências
  • Armazenamento, controle e preparo das soluções e dos quimioterápicos
  • Procedimentos relacionados a Biosegurança
  • Acondicionamento e eliminação de resíduos de quimioterapia
  • Manutenção dos Equipamentos

Equipamento Adequado para a manipulação de oncológicos

Na hora de adquirir um material de segurança biológica, não esqueça de considerar o desenho, construção, performance e instalação do mesmo, verificando se está de acordo com a NSF 49 (a National Sanitation Fundation dos Estados Unidos) e o NCI (National Cancer Institute, órgão também norte americano).

Tais cabines devem apresentar as seguintes características para se qualificarem dentro das especificações de tais normas:

  • 100% de exaustão externa;
  • Complementação com sistema de exaustão independente, localizado na saída do duto (garantindo que todo o equipamento funcione com pressão negativa);
  • Mecanismos que evitem que o quimioterápico escape para o ambiente;
  • Dimensões capazes de vencer a perda de pressão dos dutos lineares e das curvas;
  • Sistema de intertravamento entre os ventiladores de exaustão e insuflamento

Tais cabines não contam com recirculação do ar e proporcionam total proteção ao ambiente de trabalho, aos operadores e aos produtos manipulados. Assim, o equipamento toma o ar de fora da sala, exaurindo-o para a atmosfera.

Ainda, é importante afirmar que o ambiente externo não sofre riscos de contaminação, já que os gases resultantes da manipulação de oncológicos e das substâncias citostáticas diluem-se com o ar atmosférico através de concentrações inexpressivas.

Além disso, é importante destacar que a utilização das cabines de segurança biológica trata-se de uma garantia para o empregador. Ao não dispor dos equipamentos adequados, ele estará sofrendo riscos de ser julgado por ações trabalhistas, ao expor os operadores a situações de risco.

Uma série de testes de desempenho também devem ser realizadas no equipamento, de forma a garantir as manutenções preventivas nos equipamentos. Os principais testes, de acordo com a NSF-49 (Field Tests), são:

  • Teste de velocidade – Downflow;
  • Teste de velocidade – Inflow;
  • Teste de integridade;
  • Teste de fumaça;
  • Teste do nível de ruído;
  • Teste de luminosidade;
  • Teste elétrico;
  • Teste de vibração.

Os usuários costumam solicitar o teste de contagem eletrônica de partículas em suspensão no ar. No entanto, tal teste não é considerado obrigatório mediante as recomendações internacionais.

Os testes devem ser realizados trimestral, quadrimestral, semestral ou anualmente. Os prazos são tomados de acordo com o grau de risco de cada operação e conforme o volume de trabalho realizado.

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